Sonhando alto |
O ex-secretário de Educação, Odair José Soares, articula às “escuras” sua candidatura ao parlamento estadual, o que tem despertado descontentamento entre possíveis futuros aliados. O professor, usando de métodos nada ortodoxos na tentativa de viabilizar sua candidatura, causa desprezo, quando deveria agregar pessoas, mesmo naquelas que desejam vê-lo candidato.
Enquanto realiza a sua pré-campanha com alguns, nega o seu interesse em uma candidatura própria para outros. Assim, fica difícil conquistar aliados que possibilitem a concretização do seu sonho. Até os mais ingênuos sabem que na política nenhuma aliança deve ser descartada.
O vereador de primeiro mandato, Marcelo Moura (PTC), é um dos mais entusiasmados cabos-eleitorais de Soares neste momento de pré-campanha, talvez buscando a inversão dos papéis nas eleições municipais de 2016, pois não é segredo para ninguém que Moura acalenta dentro de si o ardente desejo de ser o candidato da oposição na oportunidade vindoura.
Informações que chegaram a nossa redação indicam que pelo menos duas reuniões já foram organizadas pelo parlamentar para definir metas e estratégias para concretizar a candidatura de Odair José e que os mesmos já se encontram realizando visitas a pessoas nas quais enxergam algum potencial eleitoral (apenas aquelas que já tem predileção pelo nome do professor).
Talvez, unicamente por sorte de Soares, alguns políticos e lideranças despertaram, no decorrer do último processo eleitoral, uma certa admiração por sua figura e acreditam que ele será um “bom político”, se este chegar ao poder, assim como há aqueles que são simpáticos a sua candidatura simplesmente porque nutrem o sonho de eleger um deputado que de fato volte os olhos para o nosso município (o oposto do que fez a atual prefeita Teresa Murad durante os anos em que esteve na Assembleia Legislativa).
Se o objetivo tão perseguido atualmente por Odair José se concretizará não sabemos, fato é que ele nem ao menos se recorda do início da sua gestão à frente da Secretaria Municipal de Educação – SEMED, quando dizia a todos que perguntassem que a política partidária seria um caminho que não deseja trilhar, o que dificultou, inclusive, sua filiação ao PT, quando impuseram esta condição para que permanecesse à frente daquele órgão.
Como já adiantamos em outra postagem neste blogue, leia aqui, o pretenso postulante ao legislativo estadual pensa em fazer uma “dobradinha” com algum candidato ao parlamento federal, que queira firmar seu nome e buscar votos em solo coroataense, para agregar peso (inclusive financeiro) a sua campanha. Em conversas, Soares declarou que já foi assediado pelos federais Weverton Rocha (PDT) e Simplício Araújo (MD), que buscam a reeleição, e pelo estadual Rubens Júnior (PCdoB), que deseja aventurar-se em uma eleição para a Câmara Federal, mas que, segundo ele, ainda não decidiu qual dos três receberá o seu abraço. A legenda partidária a qual Odair José apresentará um pedido de filiação dependerá desse acerto.
Porém, como já dito no início deste artigo, o professor Odair José desliza feio ao não procurar as lideranças políticas coroataenses para conversar e pedir apoio (mesmo aquelas que não são muito simpática ao seu nome), correndo o sério risco de ser forçado a uma aterrisagem imediata. Esta atitude demonstra apenas o desrespeito do “menino novo” (e de Marcelo Moura) pelas pessoas experientes que participaram de inúmeros outros processos eleitorais, mesmo quando Soares ainda se declarava sem nenhuma vocação para a política partidária.
De qualquer forma, somos sabedores que se a candidatura de Odair José se concretizar, ele não terá uma campanha fácil, não apenas pelos motivos já exposto acima, mas principalmente pelo comportamento do grupo (e dele mesmo) após as eleições do último ano. Os nossos parlamentares, assim como as demais lideranças políticas da oposição que não se renderam ou não abandonaram o município, encontram-se divididos quando o assunto é a corrida rumo à Assembleia Legislativa, já que, neste momento que antecede as eleições do próximo ano, o apoio a pretensos candidatos com alguma antecedência é uma das principais formas de manutenção financeira para esses tão desejados cabos-eleitorais. E muitos dos nossos parlamentares e lideranças já sabem muito para quem pedirão votos, mesmo faltando um pouco mais de uma ano para o início das campanhas, mas não custa nada procurá-los.
No entanto, após esta longa dissertação analítica, digo-lhes que a fiz apenas para expor alguns fatos, assim como o meu ponto de vista particular, mas aproveito para advertir os nossos leitores que talvez ainda não seja o momento oportuno ou para fazê-lo (quem sabe). Encontro-me a disposição para ouvir a sua opinião a respeito, quer seja pelo nosso sistema de comentários ou via e-mail, clicando aqui.
Cleo Freitas é editor do Coroatá de Verdade e diretor do Partido Comunista do Brasil – PCdoB Coroatá