terça-feira, 9 de setembro de 2014
Após escândalo envolvendo políticos do Maranhão, Simplício cobra da presidente demissão de Lobão do ministério
Após as revelações de Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, que apresentou uma lista de políticos supostamente envolvidos em um esquema de corrupção na estatal – incluindo o titular da pasta de Minas e Energia, o peemedebista Edison Lobão -, o deputado federal Simplício Araújo (SD/MA) cobrou da presidente Dilma Rousseff a imediata demissão de Lobão do ministério.
As afirmações das supostas irregularidades foram reveladas à revista “Veja” desta semana. Paulo Roberto Costa disse em depoimentos à Polícia Federal (PF) que três governadores, seis senadores, um ministro e pelo menos 25 deputados federais foram beneficiados com pagamentos de propinas oriundas de contratos com fornecedores da estatal.
Simplício lembra que não é a primeira vez que ministros são envolvidos em escândalos no governo Dilma. “São muitas irregularidades envolvendo políticos de alto escalão. Isso não pode continuar. É preciso que a presidente tome uma providência urgente. Lobão tem que ser demitido por ter desviado dinheiro público da Petrobras”, afirmou o deputado, ao considerar insustentável a permanência de Lobão na pasta após o episódio.
A governadora do Maranhão, Roseana Sarney, também está entre os nomes envolvidos no escândalo. Simplício considera vergonhoso que políticos estejam envolvidos em irregularidades tão graves. “É lamentável que mais uma vez a governadora esteja na mídia de forma negativa. Eles próprios estão se afundando. A população está de olho”, ressaltou o parlamentar maranhense, que considera inadmissível mais esse caso.
O suposto esquema
Integrante da diretoria da Petrobras entre 2004 e 2012, Costa foi preso pela Polícia Federal (PF) durante as investigações da Operação Lava Jato, que revelou um esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas que teria movimentado cerca de R$ 10 bilhões. Devido às acusações, ele está preso no Paraná.
O ex-diretor da estatal do petróleo fez um acordo de delação premiada. Os depoimentos de Costa à PF têm ocorrido diariamente, na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba. A PF não revela o conteúdo dos depoimentos.
A reportagem de “Veja” não detalha o papel que cada um dos políticos mencionados por Costa teve na suposta fraude. O texto diz que, pelo acordo firmado com o Ministério Público Federal, o ex-dirigente teria se comprometido a detalhar o envolvimento de cada um dos políticos no esquema. A reportagem também afirma que os policiais federais e procuradores da República estimam que levará mais três semanas para o ex-diretor da Petrobras esgotar o que tem a dizer.
Outra informação relatada pela revista é de que Paulo Roberto Costa teria admitido pela primeira vez, durante os depoimentos da delação premiada, que as empreiteiras contratadas pela Petrobras tinham, obrigatoriamente, de contribuir para um caixa paralelo que era distribuído a partidos e políticos da base governista. O ex-diretor teria dito, informou”Veja”, que cada partido tinha seu encarregado de fazer a intermediação com o esquema de corrupção.