quinta-feira, 11 de maio de 2017

Lula: "Estou vivo e me preparando para voltar a ser candidato"



Após cinco horas de depoimento ao juiz Sérgio Moro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva dirigiu-se até a multidão concentrada na praça Santos Andrade, no centro de Curitiba, onde discursou para a militância na noite de terça-feira 10. Lula disse buscar a verdade e afirmou que está "vivo" e se "preparando para voltar a ser candidato a presidente deste País".

"Eu jamais poderia mentir para pessoas como vocês que há muito tempo depositam confiança, acreditam, e seguem. Eu to vivo, e me preparando para voltar a ser candidato a presidente deste País. Eu nunca tive tanta vontade como eu tenho agora, de fazer mais, de fazer melhor, e provar mais uma vez que se a elite brasileira não tem competência para consertar esse país um metalúrgico de quatro ano primário vai consertar este país", disse Lula ao final do discurso.

Ao longo de sua fala, o ex-presidente afirmou que irá a "quantas audiências forem necessárias" no âmbito da Lava Jato. "Prestarei quantos depoimentos forem necessários, porque se tem um brasileiro em busca da verdade sou eu", declarou Lula, que se emocionou em alguns momentos.

A Frente Povo Sem Medo, uma das organizadoras da manifestação, estimou em 20 mil o número de manifestantes no local. Já a Polícia Militar disse que haviam cerca de 5 mil no ato.

"Minha mulher já morreu, Tenho cinco filhos, oito netos. E disse a eles: vocês não respeitam sequer uma criança de quatro anos que sofre bullying por conta das mentiras que são publicadas na imprensa sobre o Lula, o PT", disse, e, em seguida, afirmou, em lágrimas, que prefere "ser atropelado por um ônibus" do que mentir para a militância.

"Eu não quero afrontar ninguém. Eu sou um cidadão que respeita as leis, a constituição e a justiça. A única coisa que eu peço em troca é que eles respeitem a gente como nós os respeitamos", declarou.

A ex-presidenta Dilma Rousseff também compareceu à manifestação em favor de Lula, chegando poucos minutos antes do petista ao local.

"Esse país não vai continuar neste caminho, neste caminho de golpe. O primeiro golpe foi feito com o meu impeachment, o segundo foi feito com teto dos gastos da educação e saúde, agora conspiram para aprovar a mais grave mudança nas leis de proteção ao trabalho. Nem na ditadura militar ousaram tirar o direito dos trabalhadores", disse Dilma à militância concentrada no local.

Antes de Lula subir ao palco, deputados, senadores e lideranças políticas também alternaram-se em falas em defesa do ex-presidente. Entre eles, os senadores Gleisi Hoffmann e Lindbergh Farias. Grande parte dos manifestantes reunidos em Curitiba saíram de suas cidades, em caravanas de ônibus, e acamparam na capital do Paraná.

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