terça-feira, 13 de junho de 2017

Eliminar de uma vez só a terceirização iria parar o sistema de saúde e causaria 10 mil demissões



O esquema fraudulento de terceirização do sistema de saúde montado pelo ex-secretário Ricardo Murad durante o governo Roseana Sarney poderia ter causado um rombo ainda maior aos cofres públicos do Estado, se não fosse a iniciativa da atual gestão em substituir o modelo de administração das unidades hospitalares. Contudo, essa transformação carece de tempo para evitar a paralisação do sistema e preservar os funcionários contratados.

Em dois anos, a atual gestão da Secretaria de Saúde cortou pela metade as despesas com entidades privadas terceirizadas. Passando para a calculadora, isso representa uma economia de R$ 500 milhões. Em 2014, último ano de Roseana, o Estado gastos R$ 925,6 milhões com as chamadas oscips. Sob o comando de Flávio Dino, foram gastos R$ 753,4 milhões em 2015 e R$ 598,6 milhões em 2016.

A grande dificuldade é porque o atendimento e as unidades não podem parar, afinal, o paciente não pode esperar. Então foi preciso uma mudança de forma mais lenta para a população não sair prejudicada e também evitar a demissão de milhares de trabalhadores, como explicou o governador Flávio Dino. “Na gestão da saúde, estamos revertendo a terceirização feita no passado para entidades privadas. Passo a passo, para evitar desorganização […]Eliminar de um vez só a terceirização para entidades privadas iria parar o sistema de saúde e gerar 10.000 desempregados”.

As terceirizadas que antigamente eram escolhidas a dedo, agora estão sendo eliminadas e substituídas pela Empresa Maranhense de Serviços Hospitalares (EMSERH). O IDAC, flagrado na Operação Rêmora e ligado ao presidente do PSDC Antônio Aragão, era responsável por administrar seis hospitais públicos, mas teve o contrato rescindido com SES e a EMSERH assumiu o controle.

“Não fomos nós que implantamos esse modelo de terceirização na saúde. Já encontramos e estamos fazendo mudanças possíveis, passo a passo […] Transição entre o modelo do governo passado e um novo modelo tem ocorrido com várias medidas, uma delas a implantação de uma empresa PÚBLICA”.

Desde o último dia 2, quando foi deflagrada a Operação da PF, o secretário Carlos Lula tem colaborado e tomou todas as medidas necessárias quando se descobre um caso de corrupção e a fraude de uma prestadora de serviço, cortou o mal logo pela raiz. “Sempre que somos informados de irregularidades, agimos imediatamente. Não somos coniventes nem acobertamos erros alheios”, finalizou o governador.

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