terça-feira, 13 de junho de 2017

ONGs contratadas por Murad tinham mesmo modus operandi



A decisão da juíza federal Claudia Giusti esta semana sobre a 4ª etapa da Operação Sermão aos Peixes da Polícia Federal trouxe a público mais detalhes da trama de corrupção que envolvia a Secretaria Estadual de Saúde na gestão Ricardo Murad. Em sua decisão, Giusti publica alguns trechos do inquérito da Polícia Federal, que até agora segue em sigilo.

No trecho do inquérito que veio à tona, a PF afirma que três ONGs tinham o mesmo modus operandi. Eram elas Bem Viver e Instituto Cidadania e Natureza (ICN), além do Idac, que veio à tona esta semana. As três foram contratadas durante a gestão Murad, no governo Roseana Sarney. As duas primeiras tiveram seus contratos cancelados pelo governador Flávio Dino, quando vieram à tona as denúncias. O Idac teve seu contrato encerrado esta semana, após surgir nas denúncias.

O Instituto de Desenvolvimento e Apoio à Cidadania (IDAC) é acusado pela Polícia Federal de ter desviado cerca de R$ 18 milhões em recursos públicos destinados à saúde pública do Maranhão, atuava com o mesmo “modus operandi” usado pela Organização de Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) , ambas contratadas pelo ex-secretário de Saúde, Ricardo Murad, durante o último governo Roseana Sarney (PMDB), em esquema que desviou milhões do Fundo Nacional de Saúde destinado ao SUS do Maranhão.

Desde 2015 Murad é investigado pela PF, sendo apontado como o chefe da organização criminosa que subtraiu cerca de R$ 1,2 bilhão da saúde pública estadual.

De acordo com o inquérito judicial, Murad se utilizou do modelo de terceirização da gestão da saúde pública estadual para desviar os recursos. A quadrilha envolvida no esquema usavam a autonomia das ONGs na gestão das verbas federais destinadas à saúde para lavar dinheiro público, garantindo o enriquecimento ilícito e o financiamento de campanhas políticas de aliados.

As investigações da quarta fase da Operação Sermão aos Peixes estão apenas no início. Ricardo Murad – que estranhamente desistiu de lançar candidatura em 2018 na mesma semana que foi deflagrada a Operação – está na mira da Polícia Federal e pode ser um dos próximos alvos da Sermão aos Peixes.

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