sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

"O que estão fazendo comigo é pura perseguição política", diz professor da rede municipal de ensino

José de Arimatéia
O professor concursado da rede municipal de ensino de Coroatá, José de Arimatéia, oriundo da vizinha cidade de Pedreiras, desde que chegou ao município não tem se calado ante as irregularidades na prestação dos serviços educacionais, tendo denunciado incansavelmente a vergonhosa qualidade  da merenda escolar e o injusto contra-turno imposto pela administração municipal que ajudou a derrubar, tornando-se uma das figuras mais conhecida entre os seus colegas educadores.

Arimatéia, que não tem filiação partidária, tem incomodado a administração da prefeita Teresa Murad (PMDB) desde que chegou para assumir a sua vaga conquistada por mérito no concurso público realizado durante a administração de Luís da Amovelar (PT).

Logo após ter assumido a vaga a qual tem direito na rede municipal de ensino, sendo lotado no turno vespertino como professor de Língua Estrangeira na EM Novo Areal I, Arimatéia foi chamado no mês de setembro deste ano para assumir o mesmo cargo na sua cidade de origem, onde também prestou concurso público e recebeu aprovação, coincidentemente no mesmo horário e alguns dias da semana.

Assim que recebeu a notícia sobre a segunda vaga em concurso público que deveria assumir no município vizinho, buscou a melhor solução para atender as suas necessidades e de ambos os município onde deveria trabalhar, o professor Arimatéia procurou a Secretaria Municipal de Educação - SEMED e solicitou do secretário Raimundo Josias a troca de turno com um professor contratado que ministra a mesma disciplina em outro turno e em outra unidade escolar, mas não foi atendido.

Em uma nova tentativa Arimatéia, após conversa e aprovação dos seus alunos, tentou negociar para que passasse a ministrar aulas aos sábados como forma de recuperar as que não fossem ministradas durante a semana, porém, recebeu a recusa da direção da escola após consulta a SEMED sob a alegação que a escola não poderia ser cedida para atividades no final de semana, não restando assim alternativas para ele.

Arimatéia foi procurado por nossa reportagem e explicou que desde então recebeu em média 10 faltas mensais o que representa mensalmente uma baixa de mais de R$470,00 (quatrocentos e setenta) reais em seu contra-cheque, pois a ele não tem sido dado o direito de reposição das aulas, o que, ainda segundo ele, desrespeita a Lei de Diretrizes e Bases da Educação - LDB (Lei 9.394/96) em seu artigo 12, inciso III:
"Art. 12. Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino, terão a incumbência de:
(...)
III - assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas-aula estabelecidas;
(...)".
Ao Coroatá de Verdade o professor mostrou o seu Diário de Classe e explicou que, visando a transparência de todo o processo, registrou as aulas ministradas e as que deveriam ter sido ministradas, nestas últimas fez questão de anotar uma observação através da seguinte frase: "esta aula foi descontada com dinheiro (sic)", como pode ser visto na imagem abaixo (detalhe), bem como uma referência ao não cumprimento da Lei.

"Há apenas uma explicação para o que estão fazendo comigo, perseguição política a forma que tenho me portado desde que assumi a docência neste município, pois se fosse do interesse deles isto facilmente teria sido resolvido", declarou José de Arimatéia a nossa reportagem.