As eleições municipais deste ano terão sabor nunca experimentado. Em nível nacional, porque pela primeira vez vão se realizar sem o peso desigual do financiamento privado abusivo. Aqui no Maranhão porque, também de forma inédita, o Palácio dos Leões não participará da disputa. Eu estarei nas ruas como militante das boas ideias, mas não a máquina de governo. Essa seguirá servindo a todos os maranhenses – e não aos interesses de um só grupo político, como vimos ao longo dos últimos 50 anos.
Sem a distorção que representa o abuso do financiamento privado das eleições, teremos condições mais equânimes de disputa em todo o país. E o eleitor vai olhar com mais atenção o que realmente interessa: a história e as propostas de cada candidato, que serão difundidas predominantemente pela TV, Rádio e Internet.
Aqui no Maranhão, a novidade será que os Leões que guardam o Palácio não mais rugirão em favor da campanha deste ou daquele candidato. Eles não mais perseguirão aos que se colocam contra este ou aquele grupo político. Este é um governo de espírito democrático, republicano, que não faz nem fará operações com dinheiro público para financiar qualquer candidato que seja, como foi regra por 50 anos em nosso estado.
Isso porque tenho clareza de que fui eleito governador não porque o povo maranhense queria apenas mudar de políticos, mas sim porque queria mudar a forma de fazer política em nosso estado. Buscava a mudança definitiva para uma Era de Direitos, como falei em meu discurso de posse: uma época de igualdade perante as leis. Um período em que a política é uma competição livre e aberta, em que ninguém é perseguido por divergência política. Uma Era de Direitos, em substituição à Era dos favores e da utilização da maquina pública como instrumento de cooptação.
Portanto, durante o período eleitoral, o Governo de Todos Nós continuará operando sob a mesma bandeira. Ou seja, sendo de todos os maranhenses que contribuem com a sociedade pagando seus impostos. Com esse tipo de atitude, contribuímos para que se extirpem os vícios plantados em nosso estado por 50 anos de patrimonialismo, resultando nos terríveis indicadores sociais contra os quais hoje lutamos.
Pessoalmente, durante as noites e nos finais de semana, continuarei atuando como militante no debate em favor de boas propostas que coloquem os municípios na mesma linha de objetivos sociais que defendemos para o Estado. Mas no dia a dia, como governador, continuarei administrando sem jamais olhar a cor partidária de ninguém.
Espero que o período que se inicia seja de bom debate para a sociedade. Que possamos debater de forma qualificada o futuro da Pólis, o espaço público das cidades, que é missão inalienável da Política. Essa Política tão desacreditada nos dias atuais, mas que é uma atividade essencial da espécie humana. Somos gregários, precisamos dos outros, produzimos riquezas e cultura sempre coletivamente. Dividimos imperativamente o nosso destino com as pessoas do nosso núcleo mais próximo de convivência, mas também com milhares e milhões que sequer conhecemos. E somente a Política pode organizar essa fantástica caminhada compartilhada. Logo, vamos a mais um processo eleitoral com atenção, fé e esperança.
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