Apontado como principal conselheiro do presidente Michel Temer (PMDB), o oligarca José Sarney aparece como o estrategista mor do presidente peemedebista para atrapalhar os rumos da Operação Lava Jato.
Denunciado na Lava Jato como integrante do chamado “quadrilhão do PMDB”, organização criminosa que teria recebido R$ 864 milhões em propinas e gerado um rombo de R$ 5,5 bilhões na Petrobras e de mais de R$ 113 milhões na Transpetro, Sarney seria um dos principais articuladores em Brasília para frear as investigações da Operação.
Temer recebe conselhos de Sarney desde que passou a enfrentar graves crises políticas e há alguns meses o político maranhense atua junto ao presidente para atravancar os inquéritos.
Uma das últimas manobras de Sarney foi a indicação de Raquel Dodge para comandar a Procuradoria Geral da República (PGR) em substituição a Rodrigo Janot, autor das denúncias contra Sarney e contra o presidente Temer. Janot queria que sua vaga fosse assumida pelo subprocurador Nicolau Dino, mas a indicação dele foi vetada porque ele é irmão do governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB).
Outra aposta de Sarney para barrar a Lava Jato seria a indicação de Fernando Segóvia como o novo diretor da Polícia Federal. Homem de confiança de Sarney, Segóvia já foi superintendente da PF no Maranhão, mas a mudança na direção da PF ainda é uma incógnita.
No último domingo (17), Temer chamou Sarney no Palácio do Jaburu para conversar sobre saídas para barrar a segunda denúncia do Ministério Público Federal contra o presidente e membros da cúpula do PMDB.
De acordo com o blog da Andréia Sadi, do site de notícias G1, a conversa entre Sarney e Temer ocorreu após o presidente se reunir com aliados e advogados, em São Paulo e em Brasília, para discutir a estratégia jurídica contra a nova denúncia contra Temer por obstrução de justiça e organização criminosa.
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